Comissão Europeia será pressionada após 1 milhão apoiarem fim da "cura gay"
Ana Souza / Redação RedeTVPetição exige resposta pública e busca proibição da terapia de conversão em todo o bloco
(Foto:Divulgação/Grupo Arco-Íris)
Personalidades da cultura e da política na França, incluindo o ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, manifestaram apoio a uma petição que propõe a proibição da terapia de conversão aplicada a pessoas LGBTQIA+ na União Europeia. Até as 16h de sexta-feira (16), no horário local, a iniciativa já havia alcançado mais de um milhão de assinaturas.
O prazo para os cidadãos europeus assinarem a petição termina neste sábado (17). Com a marca de um milhão de apoios, a Comissão Europeia deverá “dar uma resposta pública” ao tema, segundo explicou a eurodeputada Manon Aubry, da esquerda radical francesa, por meio das redes sociais. No entanto, o instrumento não obriga o órgão a transformar a proposta em legislação.
As chamadas terapias de conversão consistem em métodos que buscam alterar a orientação sexual ou identidade de gênero de pessoas homossexuais, bissexuais ou transgênero.
Segundo a ILGA (International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association), apenas oito países da União Europeia proibiram integralmente esse tipo de prática: França, Bélgica, Chipre, Alemanha, Malta, Portugal, Espanha e Grécia.
“Essa petição ‘corajosa’ foi lançada para proibir a terapia de conversão em toda a Europa. Faltam apenas algumas horas para assiná-la”, afirmou Attal na quinta-feira (15). O ex-premiê já declarou publicamente sua homossexualidade.
A artista belga Angèle, que assumiu ser homossexual em 2020, também se posicionou. “A terapia de conversão deve ser proibida em toda a Europa”, disse ela na sexta-feira (16). Outros nomes da política de esquerda, como Jean-Luc Mélenchon, líder do partido A França Insubmissa, também endossaram a iniciativa.
A campanha é liderada por Mattéo Garguilo, estudante francês de 21 anos. “Isso rompe o silêncio”, afirmou ele. Segundo Garguilo, a mobilização tem capacidade para “fazer as coisas acontecerem”.
Em setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou um comissário para desenvolver uma estratégia sobre igualdade LGBTQI após 2025. Segundo ela, a proposta deve incluir a “proibição da prática da terapia de conversão”.
Relatórios apontam que esses métodos associam a homossexualidade a uma enfermidade e podem incluir práticas como exorcismo, aplicação de eletrochoques e outros procedimentos com consequências psicológicas ou físicas duradouras. Um relatório apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2020 classificou essas práticas como formas de tortura.
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