Apesar dos 170 mil seguidores no Instagram, ela se sentia solitária no mundo real

(Foto:Reprodução/Redes Sociais)

A ex-influenciadora digital e artista August Lamm, de 29 anos, tomou uma decisão radical: deixar as redes sociais e trocar o smartphone por um aparelho simples, conhecido como “telefone burro”, que permite apenas ligações e mensagens de texto. A mudança veio após a constatação de que, apesar dos 170 mil seguidores no Instagram, ela se sentia solitária no mundo real.

Natural do estado de Connecticut, nos Estados Unidos, Lamm revelou que o vício no celular e a obsessão por engajamento nas plataformas sociais a levaram a perder conexões genuínas. “Quando toda a sua vida social é online, você pode se sentir popular. E, então, quando você desliga o telefone e olha ao redor, percebe que não tem amigos e não está fazendo nada”, declarou à agência France Presse, em Londres.

Agora, a escritora e desenhista lidera uma campanha para incentivar outras pessoas a adotarem os “telefones burros” e passarem por uma espécie de “desintoxicação digital”. 

Em um dos textos publicados em seu site, ela alerta para os perigos da dependência tecnológica. “Preciso explicar como é ser viciado em um smartphone? Duvido. A experiência é quase universal. Também é intencional: o hardware e o software foram projetados para fazer você se sentir amplamente mal, mas intermitentemente bem, um equilíbrio calibrado de forma que você sempre volte.”

Lamm admite que sua saída das redes sociais resultou na perda de cerca de 20 mil seguidores, mas destaca que seu trabalho prosperou longe das telas. “Minha carreira realmente decolou, mas fora das mídias sociais. Não estou aparecendo nas linhas do tempo das pessoas, mas estou aparecendo em revistas literárias, jornais e galerias, porque coloquei mais ênfase nas redes da vida real que apoiam minha carreira”, explicou.

Para a jovem, o afastamento do universo digital foi a melhor decisão que poderia tomar. “Não há realmente nada que tenha impactado minha vida tanto quanto o downgrade (um retorno ao estado anterior ao do vício), e me sinto mais presente. Antes, mesmo nos momentos de presença, eu pensava: ‘Mal posso esperar até que este momento maravilhoso acabe e eu possa ir verificar meu telefone’”, confessou.

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